segunda-feira, 25 de abril de 2011

O GRANDE AGEPÊ

AGEPÊ

Agepê é o nome artístico de Antônio Gilson Porfírio. A idéia de seu nome artístico decorre da pronúncia fonética das iniciais do nome verdadeiro "AGP". Nascido em 10 de agosto de 1942 na cidade do Rio de Janeiro, passou a infância quase na miséria no Morro do Juramento. Sua mãe era alagoana e seu pai, músico.

Ficou órfão ainda menino e foi à luta, para ajudar a mãe faxineira. Aos 18 anos, enquanto prestava serviço militar na Aeronáutica, arregimentou uma gangue e fugia sistematicamente do quartel para namorar. Acabou sendo expulso.

Foi office-boy da Embaixada da Alemanha no Rio de Janeiro e foi técnico projetista da extinta companhia telefônica Telerj.

Abandonou os telefones e foi se dedicar a carreira musical, onde em 1975 lançou o compacto "Moro onde não mora ninguém. A música que dava nome ao disco  Moro Onde Não Mora Ninguém, gravada em compacto simples, vendeu 950.000 cópias, em 1976.

Nos anos seguintes, seus LPs foram conquistando um público cada vez mais fiel."Trabalhei pra burro, subi morro, andei pelo subúrbio, por estrada de terra", dizia. 

Em 1984, a música "Deixa eu te amar" (“Deixa eu te amar / faz de conta que sou o primeiro...”) estorou em todo o Brasil. A canção fazia parte do álbum Mistura Brasileira, que foi o primeiro disco de samba a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas (vendeu um milhão e meio de cópias). Devido à popularidade deste samba, chegou a ser capa da revista Veja de 29 de janeiro de 1986, que trazia a reportagem "O samba romântico explode com Agepê".

 
  
Na época da reportagem, ele era o Artista número 1 da gravadora Som Livre, da qual ganhou uma Mercedes 83  e tinha uma percentagem de vendas maior do que muito artista consagrado na época. Nesse período de auge, só não vendeu mais do que o eterno Roberto Carlos e do fenômeno infantil que foi a Turma do Balão Mágico.

Apresentando-se num impecável terno de cetim branco e sapatos de cromo da mesma cor, Agepê era o símbolo do som romântico, que às vezes até beirava a sensualidade. Era desprezado pelas rádios FM, ridicularizado pela crítica e hostilizado por roqueiros e intelectuais que o consideravam popular e comercial ( o chamado samba joião).

Humilde, Agepê
creditava o sucesso adquirido ao fato de já ter vivido "de A a Z" e, por isso, saber a linguagem do povo.

O que os críticos não sabiam era que além de samba, o repertório eclético de Agepê era composto por baião, afoxé e outros ritmos.
Grande apaixonado pelo carnaval, fez parte da ala de compositores da Portela, onde era uma espécie de ídolo de plantão, sempre presente aos ensaios e desfiles. Sempre deixou explícita a sua discórdia com a diretoria da escola.
Amargou por 5 vezes o 2° lugar na disputa dos sambas-enredo da agremiação carnavalesca.

Uma de suas últimas apresentações foi na quadra da Portela em agosto de 1995, quando concorreu com o samba-enredo "Essa gente bronzeada mostra seu valor" em parceria com Canário e Bira Caboclo. Samba este foi o escolhido para defender as cores da escola no ano seguinte e com sua voz no comando.

Mas o destino quis diferente.

Faleceu em 30 de agosto de 1995 aos cinquenta e três anos de idade, vítima de cirrose.


Discografia

Agepê lançou 15 discos de carreira, teve 3 coletâneas lançadas em vida e impressionantes 19 coletâneas de sucessos lançadas após a sua morte.

Fontes:

Vídeos




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